Dramaturgo Eduardo Ruiz estreia com livro Violenta
Considerado um novo talento da atual geração de dramaturgos, lança livro que reúne 169 poesias ‘viscerais’
Eduardo Ruiz é poeta, ator, diretor teatral e dramaturgo expoente da nova geração, já com várias peças montadas. Com o espetáculo Chorávamos Terra Ontem à Noite, encenado em 2009, sob direção de Lavínia Panunzio, foi indicado ao Prêmio Shell na categoria autor. Além da grande produção de textos teatrais, Eduardo Ruiz tem no currículo adaptações de obras para o teatro, roteiros para cinema, letras de músicas e poemas, muitos poemas, até o momento inéditos. O livro Violenta, que será lançado pela Editora Quatro Cantos, marca sua estreia literária ao reunir parte da grande produção de poemas (169 para ser mais exato) criados nos últimos dez anos e mostra toda a sua visceralidade poética. Seja nos poemas em que o amor, a vida, a sexualidade e a morte são desenhados de maneira particularmente atordoante e original, seja em outros em que, na voz de personagens do povo, mostra como a simplicidade pode potencializar a expressão dos questionamentos humanos. “Cada poema é como um personagem. Vivo uma vida diferente em cada poema”, diz Ruiz. O lançamento oficial do livro está previsto para o dia 23 de agosto na Livraria Cultura.
Eduardo Ruiz conduz o leitor com poesias de estilo único a uma avalanche da qual não é possível sair indiferente, utilizando imagens e metáforas de “precisão cirúrgica”, como foram definidas pela crítica teatral Mariângela Alves de Lima, em crítica ao espetáculo Fiz Água Para Lavar Teu Rosto, em 2001.
Violenta inclui o poema “En dehors”, especialmente escrito para o espetáculo de teatro-dança Teu Corpo é o Meu Texto, estrelado por Cristiane Torloni com a Studio 3 Cia de Dança e Cia. Sociedade Masculina e dirigido por Anselmo Zolla e José Possi Neto, que assina o prefácio do livro. “Considero Eduardo Ruiz um escritor da estirpe de Gean Genet, as personagens do submundo lhe fascinam, suas imagens são sobretudo noturnas, carregadas de mistério e fantasia delirantes”, escreve Possi. “Descende assim também de Rimbaud e de todos os poetas malditos”.
SOBRE A EDITORA
Violenta também marca a estreia da editora Quatro Cantos no mercado editorial brasileiro. “Nossa proposta é revelar novos talentos literários”, afirma Rosana Martinelli, sócia-proprietária da Editora Quatro Cantos. “Não queremos seguir tendências mercadológicas, mas trilhar nosso próprio caminho”.
A Editora Quatro Cantos é um passo natural de seu fundador, Renato Potenza Rodrigues, formado em Editoração pela Universidade de São Paulo, que trabalha há quase 20 anos com produção de livros e há 11 dirige uma agência editorial que presta serviços a grandes editoras. A experiência com o mercado editorial foi fundamental para lançar um selo próprio. Além de revelar talentos literários, a linha editorial da Quatro Cantos vai focar em autores nacionais e internacionais nos gêneros de ficção (romance e novela), poesia, infantojuvenil e infantil. “Ainda queremos garimpar o que já foi editado no Brasil, e descobrir grandes obras ainda não vertidas para o português, é um desejo e inclinação da editora”, adianta Rosana.
FICHA TÉCNICA
Violenta, Eduardo Ruiz
Poesia
Editora Quatro Cantos
286 páginas
R$ 42
Cronologia das obras encenadas:
2012 – Criação do poema “En dehors” para o espetáculo Teu Corpo É o Meu Texto da Studio 3 Cia de
Dança e Cia. Sociedade Masculina com Direção José Possi Neto e estrelado por Christiane Torloni.
2011 – Pornô-Falcatrua no 18633, adaptação do romance de Irvine Welsh, cumpriu temporada de três
meses em São Paulo e foi classificado pela revista Veja São Paulo como um dos dez melhores espetáculos
em cartaz na cidade.
2010 – Baobás, adaptação da obra O Pequeno Príncipe para teatro-dança, com a Cia de Dança Cisne
Negro, sob a direção de José Possi Neto, exibida no SESC Pinheiros, em São Paulo.
2009 – Carne Moída, selecionado para a mostra de novos dramaturgos no Instituto Cultural Capobianco
(SP), onde aconteceu sua primeira leitura aberta.
2008/2009 – Chorávamos Terra Ontem à Noite, direção de Lavínia Pannunzio. Indicado ao Prêmio
Shell 2009 na categoria autor. Estreou no Viga Espaço Cênico e teve sua segunda temporada no
TUSP Maria Antônia.
2008 – Maçonaria do Silêncio, estreou no Viga Espaço Cênico sob direção de Eduardo Ruiz.
2007/2008 – Alucinose, estreou no Espaço dos Satyros sob direção de Eduardo Ruiz.
2006 – Querido Pai, assistência de dramaturgia, baseada na obra Carta ao Pai de Franz Kafka. Direção
de Antônio Januzelli. Estreou no Viga Espaço Cênico.
2003 – Eduardo II, direção de Marcelo Fonseca. Estreou no Centro Cultural São Paulo.
2002 – A Casa Antiga, direção de Ruy Cortez. Estreou na Oficina da Palavra, Casa Mário de Andrade.
2001 – Fiz Água Para Lavar Teu Rosto, direção de Eduardo Ruiz e Melani Halpern. Estreou no Centro
Cultural São Paulo.
1999/2000 – Ophélias, direção de Ruy Cortez. Selecionado pela mostra de nova dramaturgia do SESI.
Estreou no Teatro laboratório da ECA/USP, fez temporada gratuita no Teatro do SESI da Avenida
Paulista e percorreu o interior de SP.
Outros trabalhos:
2005 – Curta-metragem: Chill Out.
2009 – Curta-metragem A Ferramenta da Carne.
Curta-metragem Amores Paulistanos — Segundo Ensaio, com Paulo Vilhena.
2005 – Parceria com a cantora Fernanda Porto nas canções “Vilarejo Íntimo” e “Amor Errado”, lançadas no álbum
Fernanda Porto (Trama Edições Ltda).